terça-feira, 19 de maio de 2009

Zeitgeist

Zeitgeist

Eu tive oportunidade de ver não só o Zeitgeist, como o Zeitgeist: Addendum. Se ainda não viram, vejam, recomendo-os vivamente.

Mas primeiro, devo dizer que desde logo fiquei com a ideia de que grande parte dos "factos" apresentados, não o são de facto. Não gosto de ver um documentário que se propõe mostrar a verdade, apresentar tantos erros, omissões e mentiras, principalmente ao tocar temas tão sensíveis. Há quem diga que isto é propositado, para chamar a atenção para os documentários e, deste modo, para a sua verdadeira mensagem.
E vendo bem as coisas... o que é facto é que são muito vistos e debatidos. A meu entender, pelos motivos errados.

Zeitgeist

Em relação à primeira parte deste documentário, ainda estou a juntar informações, mas salta à vista que apresenta muitas informações falsas. Muitos dos paralelismos e pontos de concordância apontados são inexistentes, inválidos ou descontextualizados. Mas uma coisa é certa: a maior parte das crenças e religiões partilham valores, metas e rituais e sem dúvida que na sua evolução se influenciaram mutuamente. Por exemplo, judaísmo, cristianismo e islamismo são, na sua essência, muito similares, pois acaba por se verificar um encadeamento das três. Será que as diferenças justificam todos os conflitos, passados, presentes e futuros?

Em relação à segunda parte, tenho pesquisado os sites do "debunking 9/11 Myths" e do "debunking 9/11 debunking...". E actualmente o "debunking do debunking..." enfim, já vou na terceira vaga da guerra entre as teorias da conspiração (Teoria Oficial da Conspiração vs Outras Teorias da Conspiração). Conclusão? Ambos os lados usam as mesmas tácticas (omissão de informação, ataques pessoais em vez de argumentos e demagogia) e o impasse instala-se. Se as teorias oficiais não convencem, investigue-se. Se há provas que acabam com as dúvidas, mostrem-se. O que é certo é que elementos do governo Americano também mentiram e omitiram em relação aos atentados e muitas provas foram destruídas, ignoradas e outras escondidas. E ninguém questiona a (in)competência de um sistema de defesa e investigação que devora dinheiro, e congela atónito face aos ataques, recebe condecorações e novas injecções de biliões para espalhar destruição e desordem no Iraque e Afeganistão.

Quanto à terceira parte, uma coisa é certa, ao longo da história houve sempre quem lucrasse com a guerra, por vezes pelos dois lados. E os Estados Unidos após a Segunda Grande Guerra, participou, e inclusivamente patrocinou, centenas de guerras, conflitos, revoltas e golpes de estado um pouco por todo o mundo, sempre com alguém a ganhar com isso. Com a guerra ganham as industrias do armamento e segurança e a banca, entre outros. E que dois grandes lobbies, estes, que inclusivamente conseguem colocar presidentes no poder. Fora outros ganhos que vêm depois da guerra. E quando refiro os Estados Unidos, não refiro o seu povo, mas sim ao seu Governo e suas relações menos claras com Empresas Americanas e Multinacionais.


Zeitgeist: Addendum

Aqui aborda-se o tema do sistema financeiro e Reserva Federal americana. E fala-nos de um projecto para uma nova sociedade, o Projecto Vénus. Será uma utopia, mas não deixa de dar ideias para abordar o futuro: a tecnologia como meio de prosperar de um modo sustentável e mais equitativo, explorando uma fonte de energia inesgotável e limpa, a energia geotérmica. E a sustentar a tecnologia, uma aposta na educação para a criar, investigar, modificar, aplicar. E com a educação da população, baixar drasticamente a criminalidade. Deste modo combater-se-ia também a pobreza e a estratificação social.

Mas a mensagem mais importante é uma chamada de atenção para a natureza emergente e simbiótica de todos os sistemas, em constante evolução e transformação. Vivemos numa sociedade adversa à evolução e que insiste em marginalizar a diferença (de sexo, raça, pensamento, crença, cultura, apesar de nos ser dito o contrário) e cultiva a individualidade e competição. Esta luta entre a manutenção da estagnação por parte da sociedade e a natureza evolutiva dos sistemas está na origem do desequilíbrio que se verifica actualmente. Temos que aceitar que fazemos parte de um todo, que estamos interligados e que a nossa evolução e sobrevivência tem que ser encarada como um fenómeno colectivo e que só será positiva se tomar em consideração todos os elementos do sistema. Acredito que mesmo que haja uma "natureza humana" negativa, o que faz de nós humanos é o poder de escolha: podemos escolher educar-mo-nos e evoluir como espécie em simbiose com o planeta.

Resumindo:
Que mundo temos actualmente?
Temos dois países semi-destruídos, a enriquecer alguns (o Afeganistão tornou-se o principal, de longe, produtor mundial de heroína e o Iraque tem o seu petróleo.
Os Estados Unidos iniciaram uma guerra ilegal no Iraque cujo motivo oficial foi haver provas da existência de armas de destruição maciça e como tal seria uma guerra preventiva. Todos sabemos que foi o petróleo e que não haviam armas de destruição maciça. Esta guerra já causou cerca de 1 milhão de mortos e não passa de um acto de pilhagem.
A economia capitalista está à beira de um colapso, devido ao modo como a riqueza é gerada neste sistema, dominado pela banca privada. A maior parte do dinheiro existente é virtual. Fortunas criam-se e perdem-se quase como se estivéssemos a jogar um MMORPG, graças à evolução das telecomunicações.
O ambiente está a ser destruído e efeitos das previstas alterações climáticas já se notam.
Aumenta o fosso entre ricos e pobres, a percentagem de população pobre aumenta, a riqueza e recursos concentram-se numa "elite" cada vez mais restrita.
E toda uma série de fenómenos, sociais, bélicos, climáticos, ecológicos, epidémicos, fazem deste planeta um telejornal de morte e destruição e também uma montra de consumismo, deseducação e estagnação.


O Freddie Mercury perguntava-se se este é o mundo que criámos. O John Lennon dizia-nos para imaginar.

Está na hora de começar a trabalhar em direcção à utopia, a meta. Não a vamos atingir, mas temos que querer ficar cada vez mais próximos dela.

Saudações a todos

Manuel

Sem comentários:

Enviar um comentário